quinta-feira, 21 de junho de 2012

Dia de São Luiz Gonzaga

Luís tornou-se o modelo da Pureza para todos os jovens, mesmo em meio às vaidades e tentações do seu tempo. Ele teve uma grande provação por parte do seu pai, que ao saber que desejava ser sacerdote, não só o desaconselhou, mas passou a levá-lo em festas mundanas, até que perguntou a Luís: ‘Ainda segue desejando ser sacerdote?’ ‘É isto que penso noite e dia’, respondeu o jovem e perseverante santo.” [1]

Confesso não ter lido o quanto gostaria sobre a vida deste ilustre e significativo santo, o padroeiro da juventude, e o quanto é difícil pra mim, como moça, escrever aos rapazes.
Alegro-me do motivo pelo qual São Luís Gonzaga recebeu este tão exigente título. Sim, digo: Exigente!
Por que São Luís Gonzaga é o padroeiro da juventude? Por que o proponho aos rapazes (neste blog)? Respondo: Por causa da sua perseverança na Santa Pureza e na realização da sua vocação!
Rapazes, não vos enganeis nem desanimeis! Precisamos que travem a luta de cada dia para serem puros e para que conquistem a realização da vocação a que Deus os chamou, a serdes sacrifícios vivos ofertados a Nosso Senhor!



Vejo jovens desejosos de amar a Deus, de que Ele cuide de suas vidas; mas, ao passo que dizem caminhar com Deus, cedem muitas vezes ao pecado, por medo de se verem sós. Quando o Inimigo não os consegue seduzir pelos sentidos, coloca-lhe no coração um terrível sentimento de solidão, de tristeza, de que são excluídos, não são aceitos, não são amados, não são acolhidos, não têm companheiros que os compreendam e que os possam ajudar, não têm amigos e, por fim, chegam a acreditar que o próprio Deus os abandonou.
A estas tentações procuremos combater pela lembrança de Nosso Senhor no Horto das Oliveiras, pela adoração a Santa Cruz, façamos nossas as palavras de Jesus como oração humilde e conformada aos designios sapientíssimos de Deus: “Meu Pai, se não é possível que esta taça passe sem que eu a beba, seja feita a tua vontade!” (Mateus 26, 36-46). Observemos a imagem de São Luís, que possui os olhos fitos na Santa Cruz. Lembremo-nos, também, de outras passagens da Sagrada Escritura ou jaculatórias que nos façam lembrar sempre, sobretudo nos períodos mais difíceis, do amor de Deus por nós.
Por vezes, eu costumo repetir “Deus é bom!”. Parece tão boba esta frase, mas quando estou em alguma provação, muito triste, com grande dificuldade na oração, tenho que, pelo menos, não colocar a culpa em Deus e não me afastar Dele. Pois, Deus é bom, independentemente do que me aconteça, Ele só pode fazer o bem, porque Ele é o próprio bem, e isso me auxilia a não me afastar da Sua presença, a não pintar Deus como o meu adversário, aquele que não liga pra mim, não cuida de mim, enfim, você e eu sabemos que isso não é verdade. Nosso Senhor, que foi abandonado no Horto, não nos abandona!


No entanto, rapazes, não esqueçam que a vida é uma luta diária!
“Quem quiser purificar o coração, não cesse, portanto, de abrasá-lo pela lembrança de Jesus. Que seja o seu único exercício e seu trabalho ininterrupto. Quando se quer eliminar a própria podridão, não há momento de orar e momento de não orar; é necessário consagrar-se sempre à oração, guardando o intelecto, mesmo estando fora da casa de oração. Quem purifica minério de ouro tem apenas de deixar baixar, por algum tempo, o fogo da fornalha e a matéria que queria purificar volta à sua dureza. Do mesmo modo, quem se lembra de Deus em alguns momentos, noutros não, perde pela interrupção o que crê obter pela oração. O homem que ama a virtude é aquele que não cessa de eliminar do coração o elemento terreno, através da lembrança de Deus; assim, pouco a pouco, o mal se dissipa à lembrança do bem e a alma volta com perfeição a seu esplendor natural e glorioso” [2].
Um guerreiro, para ganhar a batalha, procura revestir-se do que lhe é necessário para alcançar a vitória (vivência dos Sacramentos e oração), e desapegar-se de outras tantas coisas que lhe torna quase impossível o combate (por meio do jejum, mortificação, policiamento das atitudes, desapego); treina o corpo, a mente, e, principalmente, muda de hábitos, para alcançar o preparo exigido.
Assim, também, ocorre para alcançar a Pureza, a continência necessária para agradar a Deus e conquistar a perfeição, pois, “a castidade duma alma é de um preço aos olhos de Deus maior que a dos anjos, pois que os cristãos só podem adquirir esta virtude pelos combates, enquanto que os anjos a têm por natureza. Os anjos não têm nada a combater para preservá-la, enquanto que o cristão é obrigado a fazer uma guerra contínua a si mesmo” [3].
Por esta razão, afirmei  que o título de padroeiro da juventude, exemplo de Pureza, recebido por São Luis Gonzaga, é exigente. Ele conquistou, com não poucas batalhas, a Pureza necessária para agradar a Deus e para ser santo. Todos somos chamados a imitá-lo.
O fato é que somos, frequentemente, descuidados. São Carlos Borromeu afirma que “é impossível  que te conserves casto se não vigiares continuamente sobre ti mesmo, pois negligência traz consigo mui facilmente a perda da castidade” [4]. E São Cipriano pergunta ainda: “Será para admirar que alguém se queime, permanecendo no meio das chamas?” [Ídem].
Pedimos a Deus esta graça (a da Pureza), temos já consciência de sua importância, no entanto, não nos dedicamos em vencer a tentação, evitar as ocasiões e nos unir mais perfeitamente a Deus, que é todo Pureza, pela vivência de tal virtude. Queremos nos manter castos, vendo imagens e filmes imorais, lendo livros/ revistas e ouvindo músicas de duplo sentido, cultivando amizades impuras ou que nos influem, pelo respeito humano, a frequentar ambientes que nos conduzem a perder o pouco que leva longos e penosos combates para conquistar. Não é um tanto incoerente a nossa conduta?
Pois bem, “São Filipe Néri costumava dizer que, nesse combate, só os covardes saem vencedores, isto é, os que fogem da ocasião. Podemos resistir aos outros vícios ficando na ocasião, diz São Tomás, fazendo violência contra nós mesmos; mas o vicío contrário a Pureza, porém, só o poderemos vencer fugindo da ocasião e renunciando às afeições perigosas” [Ídem].
Temos grande dificuldade em nos desfazer das afeições terrenas para nos afeiçoarmos somente de Deus e, em Deus, todas as coisas.
“A castidade supõe uma aprendizagem do domínio de si (...) e o domínio de si comporta tanto o evitar as ocasiões de provocação e de incentivo ao pecado, como o saber superar os impulsos instintivos da própria natureza” [5].
Observemos, mais uma vez, a imagem de São Luís. O que podemos ver além do belo Crucifixo, já citado? Veremos o flagelo, simbolizando a grande mortificação a que ele se submetia, a grande violência que fazia contra todo o respeito humano e propostas mundanas. São Luís também foi bastante convidado a desistir da sua vocação (sacerdotal) e da sua vocação primeira a santidade, a qual todos somos chamados, levado a festas mundanas, por fazer parte de uma nobre família, entre outras circuntâncias; mas ele só soube responder “Penso em ser sacerdote noite e dia!”. Por que São Luis manteve forças para dizer isto? Porque ele se encontrava junto a Deus. Lembra-se? Nosso Senhor, que foi abandonado no Horto, não nos abandona!
Não estou dirigindo este exemplo apenas àqueles que são chamados ao Sacerdócio, digo também, e principalmente, aos vocacionados ao Matrimônio. Independente da vocação (sacerdotal ou matrimônial) somos chamados a santidade: “Sede santos, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo” (Levítico 19, 2), somos chamados a ser puros.
O rapaz, de maneira toda especial, deve zelar por esta virtude, dentro do seu estado de vida, com todas as suas capacidades, dizer como São Luís: “Penso em ser santo noite e dia! Penso em ser (diga a sua vocação) noite e dia!”.
Os vocacionados ao sacerdócio são chamados a ser o próprio Cristo na perfeição da sua Pureza e castidade no amor a Igreja! Mas os (futuros) esposos também carregam sobre si uma grande missão confiada pelo próprio Deus: Jesus Cristo quis elevar o Matrimônio à dignidade de Sacramento, para acrescentar-lhe uma força sobrenatural que suprisse à fraqueza natural. O amor é como a chama de uma vela que se inclina ao sopro do vento. Para que não se apague é preciso protegê-la com a mão ou com outro qualquer anteparo, e assim apesar do vento a chama continua acesa. Assim é também o amor conjugal: é preciso defendê-lo. Um dos melhores meios de protegê-lo é conservar-se afastado das ocasiões perigosas. O cônjuge que freqüenta bailes, cinemas, teatros imorais, e más companhias, leva a chama do amor sem proteção contra o sopro dos ventos” [6].
Quero com isso, irmãos, convidá-los a tomar para si a postura heróica de São Luís Gonzaga, em defender a sua vocação. Consagrar-se de forma sempre mais perfeita e agradável a Deus, Àquele que nos chamou e confiou em nós: ou a Igreja, ao (futuro) sacerdote, ou uma filha amada, ao (futuro) esposo.


São Luis não se deixou levar pelas investidas de seu pai, para fazer-lhe desistir de consagrar-se a Deus, porque sabia com seriedade o que desejava. Então, não teve medo da renúncia, da penitência, da incompreensão.
1º. Considero São Luís Gonzaga um exemplo heróico: pois reconheço que o mundo, as circunstâncias, até mesmo pessoas próximas, nos põem obstáculos à vontade de Deus, à que sejamos santos e que acolhamos plenamente a nossa vocação. Rapaz, você é um herói! Pois lhe é apresentado o combate de todo dia para manter-se nesta Santa Virtude e que a sua vocação seja uma oferta perfeita da sua vida a Deus. Há batalhas para se conquistar e outras batalhas com a finalidade de defender! Você precisa estar disposto e preparado para enfrentá-las.
2º. Considero-o, também, um exemplo exigente: Na oração de São Luis Gonzaga sempre me chamou a atenção a seguinte frase: “São Luis  Gonzaga, fazei que te imitemos na penitência o que não te imitamos na inocência”. Inocência? Sim, inocência! E mesmo sendo inocente, São Luis não deixou de ser penitente. Quem somos, então, para reclamar descanso? Não tenhamos medo de abrir mão daquilo que nos afasta da felicidade plena que Deus tem reservado para nós.
Sejamos coerentes: “Os cristãos castos são reservados em suas palavras, modestos em todos os seus passos, sóbrios em suas refeições, respeitosos no lugar santo e edificantes em toda sua conduta” [3]. É preciso vigilância, sobre as circunstâncias, mas, especialmente, sobre nós mesmos! Alimente-se daquilo que seu coração necessita: se é de Pureza, cultive-a, busque-a, evite o que vai contra ela e a encontrará! Conquiste esta virtude necessária para acolher de maneira plena e santa a sua vocação, seja ela sacerdotal ou matrimonial, e disponha-se a enfrentar as inumeráveis batalhas necessárias para mantê-la ao longo do caminho rumo ao Céu.
Consagração a São Luiz Gonzaga

Ó glorioso São Luiz Gonzaga, adornado pela Igreja com o belo título de jovem angélico, pela vida puríssima que no mundo viveste, a vós recorro neste dia com o mais ardente afeto d’alma e coração e a vós inteiramente me consagro.
Ó perfeito modelo, ó benigno e poderoso Protetor, quanto preciso do vosso auxílio! Preparam-me insídias o mundo e o demônio, sinto a veemência das paixões, conheço a fraqueza e inconstância da minha idade. Quem poderá defender-me, senão vós, ó angélico santo, glória, honra e amparo dos jovens? A vós, pois, recorro com toda a minha alma, a vós com todo o meu coração me entrego e consagro.
Intento assim, prometo e quero ser vosso especial devoto e glorificar-vos por vossas sublimes virtudes e especialmente pela vossa angélica pureza; imitar os vossos exemplos e promover a vossa devoção entre os meus companheiros; invocar e bendizer o vosso santo e amável nome até o último suspiro da minha vida.
Sim, consagro-vos toda a minha alma, todos os meus sentidos, todo o meu coração e todo o meu ser.
Eis-me, pois, todo vosso, ó meu amável São Luiz, e vosso quero ser para sempre. Ah! Guardai-me, defendei-me e conservai-me como coisa vossa, a fim de que, servindo-vos e honrando-vos, possa melhor servir e honrar a Jesus e Maria, e por último ver e louvar a Deus, convosco, no paraíso, por séculos sem fim. Amém.

Fonte: blog aalegriadaminhajuventude.blogspot.com

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